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Somos únicos e resultamos da interação de nosso exclusivo genótipo com o meio ambiente. Isso se reflete em nosso temperamento, nossa imunidade, nossa pele, sede e apetite.

Por exemplo, pessoas que vivem em ambientes muito frios tendem a ter a pele mais clara, comem alimentos com mais gordura e são mais introspectivos.

No que se refere aos alimentos não é diferente, possuímos reações individuais a eles. Os alimentos não podem chegar ao sangue inteiros, pois causariam um choque anafilático, precisam ser bem digeridos. Este papel cabe ao trato gastrintestinal que transforma alimentos em nutrientes para serem usados pelas células, mas infelizmente, nem sempre este aparelho consegue fazer o seu trabalho.

Quando a digestão não ocorre de forma adequada há um sistema bastante especializado para evitar este tipo de acidente, a tolerância oral, que serve para proteger nosso corpo dos possíveis alérgenos.

O órgão responsável pela tolerância oral é o sistema imune entérico (fica dentro do intestino) que serve para combater parasitas, vírus e alimentos mal digeridos.

Este sistema avisa às outras células do seu exército, por meio da histamina (aminoácido) que recebeu este “estranho” e que se por ventura outro cruzar seu caminho, deve ser atacada. Este mecanismo é chamado de alergia alimentar, que pode apresentar-se de várias maneiras e intensidades.

Desde a alergia imediata em que as manifestações ocorrem até 2 horas após o contato até as alergias tardias que podem levar até 4 dias para produzirem reações. As reações alérgicas do tipo tardio chamada segundo a classificação de Gell e Coombs, tipo IV são bastante difíceis de ser diagnosticadas, dificultando assim seu tratamento.

Duas alergias bastante comuns que se enquadram neste tipo são a alergia à proteína do leite de vaca e alergia ao glúten. A doença celíaca é a enteropatia (doença intestinal) mais extensa que leva à má absorção e é associada com uma sensibilidade à gliadina encontrada no trigo, centeio e cevada. Esta alergia ocorre devido à reação auto imune (quando o sistema imunológico ataca as células do corpo) contra as estruturas intestinais, desencadeada somente quando há consumo de alimentos que contem glúten.

O que é Doença Celíaca?

A Intolerância permanente ao Glúten, costuma se manifestar na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo, entretanto, surgir em qualquer idade, inclusive na adulta.

O tratamento da doença consiste em uma dieta totalmente isenta de glúten. Os portadores da doença não podem ingerir alimentos como: pães, bolos, bolachas, macarrão, coxinhas, quibes, pizzas, cervejas, whisky, vodca, etc., quando estes alimentos possuírem o glúten em sua composição ou processo de fabricação.

O que é o Glúten ?

É a principal proteína presente no Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, e no Malte (subproduto da cevada), cereais amplamente utilizados na composição de alimentos, medicamentos, bebidas industrializadas, assim como cosméticos e outros produtos não ingeríveis.

O prejudicial e tóxico ao intestino do paciente intolerante ao glúten são proteínas constituintes do glúten como a gliadina do trigo, a Hordeína da , a Avenina na Aveia é a Secalina no Centeio. O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto uma dieta deve ser seguida à risca.

O Glúten agride e danifica as vilosidades do intestino delgado e prejudica a absorção dos alimentos. De acordo com a lei 10. 674 – 16/05/2003 os portadores de doença celíaca, conquistaram o direito junto à Anvisa de conter junto aos rótulos de alimentos uma observação sobre o conteúdo de glúten no alimento.

Art. 1o

Todos os alimentos industrializados deverão conter em seu rótulo e bula, obrigatoriamente, as inscrições “Contém Glúten” ou “Não contém Glúten”, conforme o caso.

Como se faz o Diagnóstico da Doença Celíaca?

São realizados exames especializados para avaliar a absorção da D.XILOSE e dosagem de gordura nas fezes, assim como dosagem de anticorpos antigliadina, antiendomíseo, e antitransglutaminase, porém, É ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIA a realização da Biopsia do Intestino Delgado (BID), para estabelecer o diagnóstico da Doença Celíaca, a qual deve ser obtida, preferencialmente, da junção duodeno-jejunal.

Porém, não são apenas os celíacos que não devem consumir glúten, pois há pessoas com alergia alimentar ao trigo que ao fazer o exame para doença celíaca obterão resultado negativo, mas se beneficiarão ao fazer a dieta com exclusão de glúten.

O glúten é uma proteína elástica que ao ser consumido em grande quantidade, pode formar uma massa viscosa que se adere ás paredes intestinais, podendo fixar-se causando alteração na sua motilidade e função.

Muitas pessoas que apresentam constipação, gases, enxaquecas, dores articulares, compulsão alimentar, hiperatividade podem estar apresentando estes sintomas devido ao acúmulo de glúten nas paredes intestinais, que passa a dificultar a produção de neurotransmissores como a serotonina.

Mas o que é consumir em grande quantidade?

Pão francês no desjejum, macarrão no almoço, biscoito no lanche, pizza ou sanduíche no jantar – houve o consumo de no mínimo 4 vezes ao dia do mesmo tipo de cereal, sendo que poderíamos consumir arroz integral, quinua, milho, aipim, batata, grão de bico, lentilha, ervilha, feijão.

O nosso grande desafio é evitar a monotonia alimentar, pois quanto mais variada for nossa alimentação, menor o risco de desenvolvermos deficiências nutricionais e alergias alimentares.

Fonte: Site Médico.

3 comentários em “A diferença entre Alergia ao Glúten e Doença Celíaca

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