Intolerância à lactose na infância

O problema pode ser de origem genética ou causado por algum dano na mucosa intestinal

Uma das grandes preocupações de toda mãe e pai de primeira viagem está relacionada à intolerância à lactose. Através desse artigo quero tranquilizá-los e ao mesmo tempo desmistificar um pouco o problema.

A intolerância à lactose primária se dá, principalmente, no período que compreende os três primeiros anos de vida, e ocorre por consequência de deficiência genética da enzima lactase, que hidrolisa a lactose. Traduzindo: crianças com deficiência em lactase, a enzima que permite a digestão da lactose, podem sofrer com gases (flatulência), cólicas, diarreia, náusea e inchaço após consumir alimentos que contenham essa substância. Isto ocorre porque a lactose chega intacta ao cólon, sendo fermentada por bactérias, o que irá produzir ácidos orgânicos. A recomendação é eliminar a ingestão de produtos lácteos para controlar os sintomas.

Outra alteração é a deficiência de lactase secundária por dano à mucosa intestinal, geralmente após quadros de diarreia. A permanência de eliminação de fezes amolecidas ou semilíquidas, acompanhada de flatulência e cólicas é facilmente percebida pelos pais, que deverão consultar um pediatra para o devido diagnóstico.

A intolerância à lactose primária é hereditária não tendo tratamento, e a solução é a eliminação total da ingestão de alimentos à base de leite e produtos derivados que contêm um açúcar natural chamado lactose. A doença secundária tende a ser autolimitada, mas, quando necessário, pode-se utilizar de correção de dieta e administração de lactobacilos que ajudam a recolonização da flora intestinal.

Alguns alimentos que podem ser substituídos no lugar do leite são coalhadas ou iogurtes, Estes alimentos não possuem lactose e têm as mesmas propriedades do leite. Também são indicados alimentos vegetais com alto teor de cálcio. No entanto, existe o problema da biodisponibilidade, sendo necessárias quantidades muito superiores destes alimentos: oito xícaras de espinafre equivalem, em níveis de cálcio, a uma xícara de leite.

O acompanhamento, e consequente tratamento, quando necessário, por um pediatra é importantíssimo para restabelecer as condições de saúde da criança, evitando-se assim alterações no seu crescimento e desenvolvimento.

Alimentos que contêm lactose

Laticínios: Os produtos feitos a partir do leite contêm lactose, tais como iogurte, creme de leite, sorvete, maionese, bebidas (mistas) de leite, creme de queijo, queijos em geral e queijo cottage. Iogurte pode ser uma boa opção para ingestão de cálcio, uma vez que culturas intestinais ativas metabolizam a lactose, facilitando a digestão.

Pães e massas: alimentos ricos em amido (pães, biscoitos, panquecas, bolos e outros similares) costumam usar leite em pó ou produtos lácteos na preparação.

Doces: sorvetes e bolos de sorvete, frozen, chocolate ao leite, pudins, cremes e sobremesas que usam leite condensado possuem lactose. Alguns adoçantes artificiais, caramelo e doces com sabor toffee também têm componentes do leite.

Bebidas: qualquer forma de leite contém lactose, como leite integral, leite em pó, leite condensado, leite batido, leites aromatizados e diversas bebidas instantâneas. Algumas bebidas lácteas estão disponíveis em versões com lactose reduzida e podem ser toleradas por alguns indivíduos.

Molhos e coberturas: molhos para salada, molhos de queijo, manteiga e patês também podem conter lactose. Geralmente, a manteiga possui uma quantidade menor de lactose e pode ser uma alternativa, desde que consumida com moderação.

Legumes: Matérias-primas vegetais não contêm lactose se não forem preparadas com produtos lácteos. Mas atenção: gratinados, pratos de legumes fatiados, vegetais com creme, pratos de vegetais cozidos podem conter ou utilizar lactose nos ingredientes.

Fonte: Minha Vida.

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