Doença celíaca, intolerância ao glúten

Fonte: Site do Dr. Dráuzio Varella.

Por Gláucia Balbachan, editora do site Empratado.

A doença celíaca é uma doença autoimune, ou seja, as próprias células de defesa imunológica agridem as células do organismo, causando um processo inflamatório. Na doença celíaca, a inflamação é provocada pelo glúten, proteína presente no trigo, cevada e centeio. Esse processo inflamatório, que no caso ocorre na parede interna do intestino delgado, leva à atrofia das vilosidades intestinais, gerando diminuição da absorção dos nutrientes.

No geral, os sintomas como diarreia, prisão de ventre, perda de peso, anemia, sensação de estufamento, cólica e desconforto abdominal começam na infância. Na fase adulta, muitas vezes os sintomas são mais indefinidos, como dores eventuais.

A maneira mais segura de fazer o diagnóstico é realizar a dosagem no sangue dos anticorpos contra o glúten. Outro exame importante é a biópsia do intestino, para verificar se há alterações de inflamação e atrofia das vilosidades.

Não há cura para a doença celíaca. O melhor tratamento ainda é retirar da dieta os alimentos que contenham glúten, responsável por desencadear a inflamação.

Segundo o médico Orlando Ambrogini, coordenador do Ambulatório de Doenças Intestinais da disciplina de gastroenterologia clínica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a doença celíaca é uma doença genética. “Há um componente genético bem definido, por isso ela pode acometer várias pessoas da mesma família. Se fizermos o diagnóstico em uma pessoa, todos os parentes de primeiro grau devem ser investigados, pois podem apresentar a doença mesmo sem apresentarem os sintomas”, conclui Ambrogini.

A doença é mais comum em crianças, mas também ocorre em adultos, de ambos os sexos. Outros sintomas da doença celíaca estão relacionados à má absorção de nutrientes, como cansaço, falta de ar, lesões na pele, queda de cabelo, dificuldade de crescimento em crianças, osteoporose e carência de vitaminas. É importante lembrar que algumas pessoas podem ter poucos ou nenhum sintoma. A falta de tratamento da doença pode causar o surgimento de tumores no intestino ou linfoma.

Há relatos da doença descritos na Grécia Antiga por Areteu da Capadócia e no século XIX, por um médico chamado Mathew Baillie. Naquele período, as pessoas ficavam desnutridas e acabavam falecendo pelas complicações da desnutrição.

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